Ela desliza sobre o palco com seu vestido longo. Suas roupas se transformaram em cavalo, dragão e crocodilo. Seu pescoço é estendido para além do tamanho físico. Ajudada por um lenço de chiffon, um bastão e uma suave trilha sonora, torna-se uma água-viva flutuante. Tem uma fragilidade que faz com que nos apaixonemos por ela. Suas ilusões em silencio, movimentos e acrobacias são mágicos.
Victoria é a quarta filha de Charlie Chaplin. Estudou dança e música clássica. Em 1969 encontra-se com Jean-Baptiste Thierrée - filho de operários, aprendiz de tipógrafo e mais tarde ator. Ele é uma figura surreal, cheio de gags visuais. É o Grão-Mestre do absurdo e consegue tornar divertido os truques mais banais - aqueles que fizeram parte da infância dos que nasceram na década de 70. Dá vontade de levá-lo para casa. Ao longo de 30 anos produziram apenas três espetáculos: o Cirque Bonjour, o Cirque Imaginaire e, desde 1990, o Cirque Invisible (invisível porque se limita ao círculo da pista, desenhado no palco). "Não somos capazes, com as nossas pobres palavras, de vos dar uma idéia do que é este momento de graça que nos lava de toda a maldade do mundo e nos remete para o que de melhor palpita em cada um de nós, a infância."
Armelle Herliot, Le Figaro
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