terça-feira, 30 de março de 2010

Nova visão do meu próprio mundo

Da janela da minha atual residência vejo o Natural History Museum. Mas não é somente esta minha nova visão. Estou enxergando a vida de uma forma diferente. Um quarto complementa meu mundo atual. Mas não é qualquer quarto, e sim, minha nova casa.
Os momentos que antecederam a mudança da casa da Anne, foram estranhos, tenho que confessar. Acordei ontem às 6h50 - horário britânico, para terminar de arrumar as malas. Já havia reservado o táxi para me pegar às 8h. E fui contemplada com uma surpresa no café da manhã: a Anne preparou pela 1ª vez ovos mexidos com torradas. Conversamos um pouco, atentas às notícias da BBC.
E de repente nos vimos sentadas na sala, à espera do carro, visivelmente cansadas e ansiosas - eu, em relação à nova etapa da minha vida que estava prestes a começar, e ela, em vias de retomar a rotina de morar sozinha e com saudades antecipadas pela minha partida - palavras dela.
O goodbye foi em meio a um forte abraço, um thank you very much, um you're welcome any time, my dear, enquanto minhas malas eram colocadas no carro pelo motorista de Bangladesh. E até eu partir ela ficou na porta, sorrindo e acenando.
A chegada à residência estudantil foi rápida: às 8h20 já estava com minha bagagem na recepção, perguntado à uma das Sisters se meu quarto já estava vago para que pudesse deixar minhas coisas antes de ir à escola. Em virtude da resposta negativa, deixei tudo ali mesmo e fui cantarolando Hello, Hello / I don't know why you say goodbye and I say hello pelo caminho.
Definitivamente eu estava super feliz de estar ali, podendo ir a pé à Frances King, sem ter que carregar meu computador na mochila pelo fato de agora contar com Internet a qualquer hora do dia ou da noite, e claro, pelo fato de estar rodeada de estudantes de várias partes do globo. Ou seja: línguas e culturas diferentes, novas oportunidades de aprendizado.
A tarde conheci meu novo espaço e as malas foram desfeitas. Num papel, anotei o que precisaria comprar para minha nova casa: toalhas de banho e rosto e caneca para colocar os apetrechos bucais (escova de dentes, creme dental e fio dental).
No começo da noite estava exausta e feliz, apreciando cada detalhe. As novas descobertas começaram com a localização dos banheiros e chuveiros do meu andar. Depois foi a vez de aprender o caminho para o refeitório. E às 22h30, descobrir aonde é o salão de jogos, para participar da festa de despedida de um dos hóspedes.
Após jogar algumas partidas de bilhar e me familiarizar com o pessoal, era chegada a hora de repousar finalmente. Mas como dormir se as cortinas não fechavam? O jeito foi improvisar, usando os pregadores do meu varal portátil para uni-las e descansar melhor.
Agora a residência está tranquila. Muitos dos 78 hóspedes está viajando devido ao recesso de duas semanas em comemoração à Páscoa. Isso com certeza contribuiu para a boa qualidade do meu sono.
Acordei sorrindo, afinal de contas, sou dona do meu nariz, faço o que bem entender, na hora que bem quiser! Tenho as chaves da porta de entrada e do meu quarto, ningúem me impede de sair ou de chegar. Tenho acesso à Internet e o prazer de poder usar meu computador a qualquer hora, da minha casa, é inigualável.
É um privilégio olhar pela janela e ver o Natural History Museum. Mas essa não é visão mais bonita desse novo momento de vida. O melhor é poder vivenciar os resultados das minhas escolhas de uma maneira tão plena e perceber como eles estão mudando a visão do meu próprio mundo...

segunda-feira, 29 de março de 2010

The adorable Anne Rogers

Essa é a encantadora Anne Rogers, que me hospedou em sua casa durante meu 1º mês em Londres.
Foi uma delícia morar num lugar tão aconchegante, em Putney Bridge, próximo ao Rio Tâmisa, na Zona 2 da cidade.
A Anne me hospedou no quarto que era da sua filha na adolescência, e ela mantém a decoração original, com vários livros, troféus, a escrivaninha... Tudo de bom mesmo.
Era uma delícia acordar nos dias mais ensolarados, olhar pela minha janela e sentir o sol.
E nada melhor do que poder desfrutar de um banheiro assim, impecável, com toalhas super perfumadas e uma ducha maravilhosamente quente.
Isso sem falar do carinho com que a Anne arrumava a mesa para meu café da manhã todos os dias.
Além do café da manhã, eu tinha direito a jantar na casa dela. Em se tratando da Anne, isso significa que ela fazia questão de cozinhar pratos que agradassem ao meu paladar... Sensacional.
Conviver com a Anne foi, sem dúvida, um presente nesse período de adaptação. Não poderia desejar nada melhor.
Ontem foi nosso último dia juntas, e ela fez questão de me levar ao Richmond Park - o maior de Londres. Depois, pediu para ver todas as fotos que tirei até agora - ou seja, cerca de 900 imagens. A noite, jantamos juntas assistindo a final do Skating On Ice.
E agora começo uma nova fase aqui, morando em outro lugar a partir de hoje. Mas independente disso, o importante é que faço parte da vida da Anne e ela faz parte da minha.
Anne, thank you very much for being so adorable.

sábado, 27 de março de 2010

Flashes do 1º mês em Londres

Há exatos 30 dias deixei o Brasil rumo à cidade de Londres. Faço agora um balanço desse mês, compartilhando os momentos mais marcantes:

. Perceber meu real valor ao realizar o sonho de morar fora do Brasil

. Contar com o apoio dos meus pais, da Denise Barbosa, da Denise Gaspar, da Salete, da Sandra, do Dr. Vanderlei e da Yvone

. Ser usuária regular do Skype e assim poder ver, ouvir e falar com meus pais
. Estar em contato com meus amigos(as) pelo Skype e por e-mail
. Morar com a adorable Anne Rogers, em sua lovely house
. Me virar sozinha no metrô
. Aprimorar meu inglês na Frances King School

. Conhecer pessoas de várias partes do mundo

. Sentir novamente a sensação de "borboletas no estômago" por alguém

. Ter estado na The London Eye

. Surpreender-me com a gentileza dos ingleses

. Surpreender-me com a indiferença dos ingleses

. Ter encontrado com o Icky

. Ter recebido a ligação da Mônica na casa da Anne

. Contar com o casaco da Sandra nos dias mais frios

. Participar do Beatles Walk

. Ter visto a exposição do fotógrafo Irving Penn na National Portrait Gallery

. Comer o chocolate Kit Kat ao menos uma vez por semana

. Tornar-me uma blogueira

. Receber pelo Correio meus dois pares de botas

. Usar minhas botas de trekking da Timberland nos dias mais frios

. Usar os sapatos da "Selo de Controle" nos dias menos frios

. Patinar no gelo pela 1ª vez

. Atravessar as ruas confiando apenas na sinalização

. Conviver com os lindos uniformes escolares

. Observar a cidade através do 2º andar dos ônibus

. Adquirir o hábito de usar creme para as mãos diariamente

E que venha o 2º mês!

sexta-feira, 26 de março de 2010

Advertising nos ônibus

Os anúncios nos ônibus ingleses são bem diversificados. Abrangem desde divulgação de filmes, como o novo da Nanny McPhee - com direito a luzes que piscam dia e noite...
... campanhas diversas, como a da marca Wrangler, que eu achei bem impactante. As imagens refletem adrenalina, tensão e paixão. Vale a pena acessar www.weareanimals.com e conferir.
... divulgação de obras literárias, como o lançamento do 1º livro da Sharon Osbourne, mulher do Ozzy Osbourne, do grupo Black Sabbath - que mordeu a cabeça de um morcego no palco, acreditando se tratar de um artefato de plástico atirado por um fã. Alguém se candidata a ler o livro Revenge? Nem pensar.
E há também o Cristiano Ronaldo semi nu, como garoto propaganda da Armani Jeans, que alegra minhas manhãs a caminho da escola.

Balada na Boujis

Na 4ª feira fui à mais uma festa da Frances King School, dessa vez na descolada Boujis. Desde sua inauguração, em 2002, o club tem recebido um mix internacional de famosos do cinema, música, moda e da realeza - sim, os Príncipes William e Harry frequentam o local, assim como suas primas, filhas da Sarah Fergunson - alguém lembra dela?
Dancei até não poder mais junto ao DJ brasileiro Klaus. Além de ter curtido muito o lugar e as músicas, há um ponto de ônibus em frente à Boujis, o que salva a vida de estudantes como eu. Na saída, foi só esperar uns minutinhos para pegar o nº 14 rumo à Putney.
Mas nada melhor do que o anúncio que vi no metrô, na manhã seguinte, para representar meu estado after the party...

quarta-feira, 24 de março de 2010

Doggie Boutique

Próximo à casa da Anne há um Doggie Spa, Boutique & Deli. Pode uma coisa dessas? Não resisti e entrei para dar uma olhada.
Os ingleses amam seus cachorros, e por isso os tratam de forma tão especial.
Nessa loja há muitos produtos similares aos vendidos na "Cobase", por exemplo, mas o design e a disposição nas prateleiras fazem a diferença aqui.
O cão da família Curia não precisa se preocupar: já tem um presente garantido, que será enviado ao Brasil pelo Correio em breve. Toby, espero que você se divirta!

Saudades da minha manicure

Que saudades do tempo em que podia fazer as unhas frequentemente. Aqui em Londres, nem pensar. Imagina só pagar, no mínimo, R$ 73,25 por semana?
Por isso faço um apelo público à Cleide e à Lú, que me atendiam no salão da Galeria 2001, na Av. Paulista: se mudem para cá e fiquem ricas! Além dos preços super competitivos, a qualidade dos serviços de vocês é superior a dos ingleses. Ou seja: sucesso garantido!

terça-feira, 23 de março de 2010

London's streets - Parte II

Como pedestre estrangeira, só tenho a agradecer pelo fato da sinalização das ruas de Londres ser extremamente didática.
Aqui, uma pessoa só será atropelada caso não entenda inglês, ou não entenda os símbolos, seja um suicída em potencial ou...
...seja muito distraída e atrapalhe a passagem do simpático veículo que limpa as calçadas diariamente.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Public toilets

Tive o privilégio de conhecer dois modelos diferentes de banheiros públicos da cidade. O 1º foi o da Portobello Road, uma novidade em termos de design para mim.
Adorei também a forma super didática de exposição das orientações de uso, que podem ser entendidas por pessoas de diversas idades, nacionalidades, raças e credos.
E ao abrir a porta - automática, por sinal, me deparei com esta visão. Fiquei impressionada com a limpeza, tamanho e o conforto do local.
E minha reação não foi diferente ao entrar no maravilhoso banheiro público da Trafalgar Square. Achei até que tivesse entrado no lugar errado. Parece um ambiente da "Casa Cor". Além da limpeza e do design, ainda tem pia com água quente!
E para as secar as mãos, basta colocá-las no vão desta potente máquina que automaticamente um ar quente será lançado sobre elas. This is London, baby...

domingo, 21 de março de 2010

Notting Hill + Soho

Durante a semana, Portobello Market é um mercado de frutas e verduras. Aos sábados pela manhã, além disso há antiguidades, mercadorias de 2ª mão e todo o tipo de objetos, não exatamente baratos, mas sempre pechincháveis.
E claro que pelo menos uma vez na vida eu tinha que fazer parte dessa muvuca. O melhor horário para chegar é, sem dúvida, às 9h. Após às 11h, impossível andar sem se incomodar - e muito, com a quantidade de gente ao seu redor.
Ontem chuviscou o dia todo, e quem me protegeu? A maravilhosa capa de chuva Quechua, presente da minha querida mãe - e olha que eu não queria trazê-la para Londres de jeito nenhum. Dª Lucy, você foi tudo de bom mais uma vez...
Para ser bem sincera, me senti na Rua 25 de Março em vários pontos do Portobello Market. Há muitos produtos disponíveis, mas nada tão diferente que tenha me chamado a atenção.
Já a quantidade de turistas italianos e espanhóis por lá foi incrível. Aliás, em todo lugar. Muito mais do que de brasileiros. Quase não escuto português por estas bandas.
Uma das coisas que valem a pena no mercado é a música ao vivo, que agrada a todos os gostos. Mas vida de músico não é fácil mesmo... O pessoal toca durante horas para divulgar sua arte e vender seus CDs por 5 ou 10 Libras.
Por volta das 12h30 resolvi ir embora, mas não sem antes comer alguma coisa. E a Pizzeria Arancina me chamou a atenção. Há quase um mês não comia esta maravilhosa iguaria, e escolhi uma pizzetta tendo como parâmetro o sabor brasileiro.
E claro que me frustrei! Mas o que me fez esquecer da decepção em relação ao gosto da pizzetta foi ser parada por dois ingleses que queriam saber onde era a The Travel Bookshop - aquela que serviu de inspiração para o filme "Um Lugar Chamado Notting Hill". Não só os levei até o local como no caminho, ainda mostrei a casa do escritor George Orwell. Me achei o máximo!
E para completar o sábado, jantei com uns colegas da escola em um pub no Soho. Comi pela 1ª vez a tão famosa especialidade britânica fish & chips e gostei, apesar de muito gordurosoa Mas o melhor foi estar na companhia do Sérgio, Niccolò, Rita, Domitila, Juliet e de sua amiga francesa cujo nome não me lembro agora. Eles são bem divertidos.

The first super model of the world

Em 1966 ela tinha 16 anos e era muito tímida. Queria ser modelo e um amigo a apresentou a um editor de moda, que por sua vez a mandou para a House of Leonard, com intuito de arrumar suas madeixas.
Leonard tentou um novo corte de cabelo e chamou Barry Lategan - jovem e talentoso fotógrafo, para tirar uam série de fotos do rosto dela.
Depois, Leonard pendurou uma das imagens no salão, e seu cliente Deidre McSharry - editor de moda da Daily Express, amou o corte e declarou aquele como sendo "o rosto de 66".
O sucesso continuou até 1970, quando ela oficialmente deixou a carreira de modelo e apostou na de atriz.
Em 1993 voltou a atuar com moda ao ser convidada por Steven Meisel para ser colaboradora da revista italiana Vogue.
A exposição A Life in Photographs, na National Portrait Gallery, celebra os 60 anos da Twiggy, a 1ª super model do mundo.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Juventus X Fulham

Ontem a Juve jogou contra o Fulham aqui em Londres, pela Liga da Europa. Eu queria muito ter ido ao estádio, mas ao saber o preço do ingresso no mercado negro - cerca de 100 Libras, desisti.
Ao sair do metrô, por volta das 17h30, me deparei com uma massa de torcedores. Todos nós seguimos na mesma direção - eu indo para casa e eles, para o estádio.
Senti meu coração apertado e estava morrendo de vontade de ir junto com todo mundo. Queria tanto poder compartilhar a emoção de torcer pela Juventus ao vivo...
Era a única a caminhar pela Putney Bridge em sentido contrário ao da multidão. E segui assim, olhando para trás de vez em quando para ver a marcha pelo Bishop's Park.
Mas calma Vecchia Signora. Quem sabe ainda não nos encontraremos pessoalmente em algum estádio italiano, hein? Você continua sendo la mia squadra del cuore, mesmo tendo perdido ontem por 4-1 e ter sido eliminada da Europa League...

De Julia Roberts a George Orwell

Notting Hill
é um bairro bem interessante mesmo. Descobri não só a bookshop que serviu de inspiração para a livraria do filme "Um Lugar Chamado Notting Hill", como também a casa do George Orwell, na famosa Portobello Road.
O escritor de Animal Farm, ou "A Revolução dos Bichos", se chamava na verdade Eric Arthur Blair. Foi um jornalista, ensaísta e romancista britânico.
Sua escrita é marcada por descrições concisas de eventos e condições sociais, e o desprezo por todos os tipos de autoridade. É mais conhecido por suas obras maiores: Nineteen Eight-Four - uma crítica ao autoritarismo, e Animal Farm - sátira ao stalinismo.
George Orwell morreu em Londres, vítima de tuberculose.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Um lugar chamado Notting Hill

She / Maybe the face I can't forget / A trace of pleasure or regret / Maybe my treasure or the price I have to pay / She / Maybe the song that summer sings / Maybe the chill that autumn brings / Maybe a hundred different things / Within the measure of a day / She / Maybe the beauty or the beast / Maybe the famine or the feast / May turn each day into a heaven or a hell / She / Maybe the mirror of my dreams / A smile reflected in a stream / She may not be what she may seems / Inside her shell...
She / Who always seems so happy in a crowd / Whose eyes can be so private and so proud / No one's allowed to see them when they cry / She / Maybe the love that cannot hope to last / May come to me from shadows of the past / That I'll remember till the day I die / She / Maybe the reason I survive / The why and wherefore I'm alive / The one I'll care for though the rough and ready years / Me, I'll take her laughter and her tears / And make then all my souvenirs / For where she goes I've got to be / The meaning of my life is she / She / She / She
E é com a música de Elvis Costello, tema de "Um Lugar Chamado Notting Hill" que eu homenageio a The Travel Bookshop, fonte de inspiração para a livraria do filme. Vale dizer que todas as cenas foram gravadas em um set de filmagem - aliás praticamente igual à bookshop real, visitada pelos atores principais.
Durante alguns instantes eu me posicionei como a Julia Roberts ao entrar no local, e pude ter noção do que ela viu. Depois fiquei atrás do balcão, como o Hugh Grant, e olhei tudo sob sua perspectiva. Ah, não vou mentir... Adorei!

quarta-feira, 17 de março de 2010

Britânicos mirins

Todas as manhãs me deparo com estas fofuras a caminho da escola. São verdadeiros príncipes e princesas em miniatura, elegantemente vestidos com seus uniformes. Não é preciso escrever mais nada, as imagens dizem tudo!