segunda-feira, 13 de junho de 2011

Final de semana em Dublin

Aproveitei um final de semana normal, entre os dias 13 e 15/05, para conhecer Dublin. Ainda bem que estava com meu "Pasalix" em dia, já que precisei tomar mais um no aeroporto. Tudo aconteceu por conta do meu excesso de confiança (novamente ele) e desatenção, além do fato deu estar acostumada a viajar pela boa e barata EasyJet, o que significa dizer que imprimo meu cartão de embarque e passo batido pelo balcão da companhia no aeroporto, já que sei que minha mala cabe na cabine do avião.
Só que para Dublin, a RyanAir estava com preços melhores, então comprei os bilhetes dela. Bom, cumpri o ritual: fiz o check-in online, imprimi o cartão de embarque, cheguei no aeroporto e passei pelo esquema de segurança.

Só que no momento do embarque, o rapaz que estava com meus documentos disse: "Infelizmente a Sra. não poderá embarcar. Como não é cidadã européia, tinha que ter passado no balcão da companhia para validar seus papéis antes de entrar aqui." Pausa para um quase ataque cardíaco. Só me lembro de ter abaixado minha cabeça em sinal de desespero.
EU NÃO HAVIA LIDO PREVIAMENTE AS ORIENTAÇÕES QUE ESTAVAM DEVIDAMENTE DESCRITAS EM LETRA MAIÚSCULA NO MEU CARTÃO DE EMBARQUE. Um ser humano nesta situação faz o quê? Aguarda um santo funcionário do aeroporto para poder sair praticamente escoltado por onde entrou - com direito a ser o centro das atenções de todos os demais passageiros.

Ao chegar no balcão da companhia aérea, o próximo passo foi ouvir a mocinha dizer: "São 100 Libras para remarcar sua passagem." MAIS CARO DO QUE EU PAGUEI PELA IDA E A VOLTA JUNTAS. Após o quase ataque cardíaco, fiquei em estado de choque, completamente paralisada.
Mas ai, é aquilo: o albergue e a passagem de volta já haviam sido pagos, então o jeito foi desembolsar a grana para poder embarcar no vôo seguinte. E na sequência, dá-lhe mais uma pastilhinha de "Pasalix". Já em Dublin, após ser mal recebida pelo funcionário da Imigração, fui direto para o albergue - o já tradicional "caminho da roça" de todas as viagens.

O passo seguinte foi fazer o reconhecimento de área, começando pelo mixed room. Consegui uma boa cama, acomodei minhas coisas e fui direto para o banheiro - também misto (sem comentários). De repente me dei conta de que havia esquecido de trazer minhas Havaianas, que estão para meus banhos assim como meu passaporte está para minhas viagens. Deu para entender a relação matemática?
Nessa altura do campeonato, só me restava uma coisa a fazer: ir direto ao supermercado mais próximo e comprar o que tivesse para proteger meus pés das bactérias e sei lá mais o quê. Ou seja, três pares de meia soquete. Nem preciso dizer que foi o banho mais estranho que já tomei, tendo que coordenar um "tira e põe" de meias pra conseguir ficar bem limpinha (a partir do 2º dia tomei banho com as Havaianas falsificadas de uma companheira de quarto).

Após uma noite de sono tranquilo e merecido, a manhã de sábado chegou e com ela, o Walking Tour. Foi ai que conheci o Edú, o Rafael e o Carlos, meus companheiros de albergue, que fizeram toda a diferença na viagem. Achei Dublin "deprê", com seus irlandeses tristonhos e super branquelos. Sei lá, não curti muito não.
Definitivamente dois dias são suficientes para "dar uma geral" na cidade. Nós quatro fizemos tudo o que tinhamos direito. A tarde conhecemos a fábrica da Guinness (Guinness Storehouse) passeio obrigatório mesmo aos que não gostam de cerveja, como eu. E a noite, descobri que Bayles me apetece durante nosso pub tour.

No dia seguinte, cada um para o seu lado. Eu voltaria para Londres no começo da noite, então quis passar por alguns lugares que realmente me interessavam, como por exemplo em frente ao The Clarence Hotel (acima). Sabe quem são os proprietários? O Bono e o The Edge, do U2.
Sim, senhoras e senhores, eles compraram o hotel que fica exatamente em frente ao centro de artes no qual foram catapultados para a fama mundial (o prédio azul desta postagem). Tiete como sou, fiquei parada ali um tempinho, olhando a rua por onde eles passaram tantas e tantas vezes, cantando "eu comigo mesma" With or Without baixinho (coisas de Tatá).

A próxima parada foi a casa aonde viveu o escritor Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde, entre 1855 e 1878. Sua família era protestante, mas ele se converteu ao catolicismo. Wilde estudou em Dublin e em Oxford, e depois veio para Londres. Por conta de sua vida social bastante agitada, foi logo caracterizado por suas atitudes extravagantes.
Casou-se com a filha de um rico advogado de Dublin e teve dois filhos. Alcançou fama e ótima situação financeira, mas após três julgamentos, foi condenado a dois anos de prisão, com direito a trabalhos forçados, por "cometer atos imorais com diversos rapazes". Sua definição sobre a homossexualidade era "o amor que não ousa dizer o nome". Oscar Wilde morreu de um violento ataque de meningite em 30 de novembro de 1900.

De lá voltei para a região de Temple Bar, aonde tive o privilégio de me esbaldar em um delicioso brunch no restaurante Elephant & Castle. E para encerrar o dia "com chave de ouro", sem querer fui parar em uma exposição do Ronnie Wood, guitarrista dos Rolling Stones. Tudo aconteceu graças a necessidade de lavar minhas mãos, e ai acabei entrando em um shopping center. No caminho do banheiro, dei de cara com ele. E não é que o Ronnie também manja de desenho e pintura?
Mr. Wood estudou no Ealing College of Art, aqui em Londres, e sempre pintou em paralelo à sua carreira musical. Sua fonte de inspiração abrange músicos que ele admira, conhece e que já tocou junto, parentes, amigos íntimos e, claro, auto-retratos. Muito, mas muito legal mesmo. Valeu a pena e voltei para Londres feliz da vida.

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